quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011


 
‎'Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo,
eu tiro um arco-íris da cartola.
E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior.
Maior que todo mal que existe no mundo.
Maior que todos os ventos contrários.
...
É maior porque é do bem.
E nisso, sim, acredito até o fim.

O que tem de ser tem muita FORÇA!



" E tem gente maravilhosa que, de repente, vai ficando longe, dificil de ver - e ai dança. Mas também acho que  aquilo que é bom, e de verdade, e forte, e importante - coisa ou pessoa - na sua vida, isso não se perde. E ai me lembro de Guimarães Rosa, quando diz que "o que tem de ser, tem muita força". A gente não tem é que se assustar com as distâncias e os afastamentos que pintam."

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Capricorniana!



A Capricorniana? No amor tem uma determinação de aço; quer ou não quer. Homem só o que ela pode se orgulhar-se dele. Nenhuma pequenez, mas, antes de amor, a carreira, já que melhor do que o amor é a segurança, assim como a autoridade, o respeito e a posição social. Lembre-se mais uma vez que a cabra tem é de subir, subir sempre. Entre o trabalho e o casamento, o casamento; entre o trabalho e o namoro, o trabalho, mesmo em crise de mau humor. Mas não pense que a capricorniana é fria, distante. Isso nunca! Por dentro dela arde um grande desejo físico, muito maior que alguém possa pensar. Ela não satisfaz com pouco afeto. Economia de amor, dela para ela não significa nada. Emoção é para gastar. Poeta bom é o que faz boa poesia. O sonho tem que ser praticado. E o dia jamais tem fim. Assim como a noite. Porém nunca é demais dizer; os verdadeiros amores da mulher de Capricórnio são a família, o lar, o trabalho, os livros, a arte e a música.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011


....Que dance a linda flor girando por aí
Sonhando com amor sem dor, amor de flor
Querendo a flor que é, no sonho a flor que vem
Ser duplamente flor, encanta colore e faz bem.....
#Maria Gadú - Bela Flor.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011



preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade...
Caio Fernando Abreu*

Saudade...






Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, dóem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.


Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que já morreu.
Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Saudade de quem esta longe....


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Doidas e Santas



“Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa”.
São versos de Adélia Prado, retirados do poema A Serenata. Narra a inquietude de uma mulher que imagina que mais cedo ou mais tarde um homem virá arrebatá-la, logo ela que está envelhecendo e está tomada pela indecisão - não sabe como receber  um novo amor não dispondo mais de juventude. E encerra:  “De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?”
Adélia é uma poeta danada de boa. E perspicaz. Como pode uma mulher  buscar  uma  definição exata para si mesma, estando em plena meia-idade, depois de já ter trilhado uma longa estrada onde encontrou alegrias e desilusões,  e  tendo  ainda  mais  estrada  pela frente?  Se ela tiver coragem de passar por mais alegrias e desilusões - e a gente sabe como as desilusões devastam - terá que ser meio doida. Se preferir  se abster de emoções fortes e  apaziguar  seu  coração, então a santidade é a opção. Eu nem preciso dizer o que penso sobre isso, preciso?
Mas vamos lá. Pra começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa.. Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe??? Nem ela, caríssimos, nem ela.
Existe mulher cansada, que é outra coisa. Ela deu  tanto  azar  em suas relações que desanimou. Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade. Ela perdeu tanto a fé em dias melhores  que  passou  a  se  contentar  com  dias  medíocres. Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.
Santa mesmo, só Nossa Senhora, mas cá entre nós, não é uma doideira o modo como ela engravidou? (não se escandalize, não me mande e-mails, estou brin-can-do).
Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar 'the big one', aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá para ocupar  uma vida, não é mesmo? Mas, além disso,temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca,   pensaremos  em jogar tudo pro alto e embarcar num navio-pirata comandado  pelo  Johnny  Depp, ou então virar uma cafetina, sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada,dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante.Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a  idade  que   tenham. Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota. Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseja mais nada? Você vai concordar comigo: só sendo louca de pedra.'

Matha Medeiros